Uma erva daninha não é apenas uma planta fora do seu lugar, como diz a sabedoria popular britânica. Era bom. Uma erva daninha é habitualmente uma planta extremamente vigorosa que cresce em qualquer lugar. Nos jardins, o que parece é que todas essas plantas silvestres medram facilmente enquanto aquelas que plantamos cuidadosamente definham e morrem, mas também não é bem assim. Em condições naturais apenas uma ínfima parte das sementes chegam a germinar e a maioria das plantas produz copiosas quantidades de sementes apenas para assegurar o futuro. No jardim, essas plantas encontram muito pouca competição, também não há herbívoros, portanto acabam por tomar conta de tudo em pouco tempo.
O que cultivamos falha frequentemente porque as sementes são pobres, porque o clima não é adequado e gostamos de ter as nossas exóticas, ou porque chegam de um sistema super-protegido com estufas aquecidas, rega programada e um cocktail de fertilizantes à medida. As ervas daninhas não têm nenhum desses problemas.
Algo em que vale a pena investir tempo é no estudo da botânica das ervas daninhas, pelo menos para saber quais são as anuais e as perenes. As anuais, removidas ou enterradas, não voltam nesse ano; as perenes muitas vezes exigem que se remova até ao último bocadinho de raiz, senão voltam a crescer vigorosas. Nesse sentido enterrá-las será uma péssima ideia.
Também há a questão de gosto e controle. Aqui o Geranium dissectum é uma autêntica daninha, os Gerânios-da-madeira, Geranium maderense nascem em todo o lado, a Camomila-dos-alemães, Matricaria recutita, idem. Gostava de ter alguns Dente-de-leão, Taraxacum officinale, que mal podem fazer? São bonitos e comestíveis.
Categoria: Botânica para jardineiros
F1
Muitas das sementes que compramos para semear na horta ou no jardim, são híbridas — criadas através do cruzamento de duas plantas geneticamente distintas, mas familiarmente próximas. Este processo difere da manipulação genética porque é realizado posteriormente e além de ocorrer também naturalmente, qualquer horticultor o pode fazer. Com as sementes híbridas F1, pretende-se obter as melhores características das plantas-mãe.
F quer dizer filial e 1 quer dizer que se trata da primeira geração. Isto obriga a adquirir sementes todos os anos, pois a segunda geração (F2) além de perder parte do vigor, não sai verdadeira às plantas F1, perdendo a uniformidade, podendo regredir para uma das plantas-mãe ou para algo intermédio e imprevisível.
Absoluta
Flor absoluta, bissexual.
Abrolhado
Coberto de abrolhos, cheio de gomos ou botões ou eriçado de espinhos.
Aborto
Planta ou fruto que não chegou ao seu inteiro desenvolvimento. Ao aborto das flores da videira, do cacho ou parcial do cacho, chama-se desavinho. Ao aborto parcial dos bagos das uvas, chama-se outoniço.