Etiqueta: aromáticas

Colheita de alfazema

A colheita da alfazema é um dos aspectos mais agradáveis de a cultivar, quando a fragância preenche o ar, não nos lembramos de mais nada.

Alfazema-dentada, Lavandula dentata
Alfazema-dentada, Lavandula dentata.

Não muito tempo após principiar o ciclo de floração, deve ser colhida cedo pela manhã, logo que esteja seca do orvalho ou da humidade nocturna. Isto permite que os óleos essenciais não percam qualidade quando expostos ao calor do Sol. Uma manhã fria, seca, mas solarenga é o ideal.
As espigas floridas da alfazema devem ser cortadas mal todas as flores estejam abertas e antes de algumas começarem a murchar, pelo ponto onde o caule encontra as primeiras folhas. Atam-se em grupos e colocam-se dentro de sacos de papel de forma que as flores não toquem no papel. Depois, penduram-se num local seco, arejado, longe da luz solar directa. As hastes também podem ser espalhadas num tecido, num quarto sombrio, bem ventilado.
Depois de secas as flores devem ser fechadas em recipientes herméticos até serem utilizadas.
Também se pode secar a alfazema simplesmente pendurando os grupos de cabeça para baixo. Não irá conservar a fragância por muito tempo, mas mantém a cor e forma, podendo ser utilizada em arranjos secos.

Bibliografia

Barrett, Patti. Growing & Using Lavender. North Adams, MA: Storey, 1996.

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Diz a senhora Helen M. Fox na revista The National Horticulture Magazine1 de Abril de 1956, que não é sempre que uma terra consegue o seu nome a partir de uma planta, mas diz-se que as ilhas Stoechades2 se chamam assim devido à Lavandula stoechas. Gustave Hegi na Illustrierte Flora von Mittel Europa, afirma que era mais usada que a L. latifolia ou a L. officinalis.

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Após ser seca, era levada através dos Alpes e utilizada como medicamento até meados do século XVIII. Naqueles tempos chamavam-lhe “stickadore”. Na idade média era um dos ingredientes do “Vinagre dos Quatro Ladrões”, um antídoto histórico contra a peste.

É nativa nos países mediterrânicos e a senhora Helen M. Fox observou-a a crescer selvagem em Portugal. Um viajante inglês relata na revista Gardener’s Chronicle tê-la visto em Creta com as suas finas formas e imensas plumas violetas. Em condições ideais pode atingir 90 centímetros de altura. As folhas descrevem um arco para cima, são delgadas, macias e terminam num ponto. O cálice é verde e parece de pelúcia, assim como as brácteas. Há relatórios que referem o cálice como ocasionalmente branco, rosa ou rosa cobreado. As flores púrpura, ou rosa muito escuro, crescem muito próximas em cabeças de cerca de três centímetros. Do topo das cabeças floridas, crescem uma brácteas rosas e onduladas. Essas brácteas parecem um tufo de penas brilhantes. Floresce durante longo tempo, provavelmente todo o Verão3.

Links de interesse

Sobre o “Vinagre dos Quatro Ladrões (Raiz Cultura)
Vinagre dos Quatro Ladrões (Wikipedia)

  1. Revista da American Horticultural Society. []
  2. Hoje são as Îles d’Hyeres ou Îles d’Or, perto de Toulon. []
  3. Criadas em estufas, as que aparecem nos hortos estão floridas em Fevereiro, mas podem ser demasiado frágeis para plantar ao ar livre. []

Ervilha-de-cheiro, Lathyrus odoratus

As Ervilhas-de-cheiro proporcionam um mostruário de flores de cores exóticas, com um aroma muito agradável que invade todo o jardim. É uma planta originária do Mediterrâneo, da Sicília a Creta. Cultiva-se muito facilmente, se bem que necessitando de suporte adequado. As sementes, ao contrário das outras ervilhas, são venenosas e não devem ser ingeridas por pessoas ou animais. Podem ser utilizadas como flores de corte, o que acaba por estimular o aparecimento de mais flores e prolongar a época de floração.

Ervilhas-de-cheiro, Lathyrus odoratus

Ervilhas-de-cheiro, Lathyrus odoratus

Cultivo

As Ervilhas-de-cheiro são plantas esfomeadas que necessitam de terra muito fértil, todo o Sol disponível e bastante água com tempo quente. Com o suporte adequado podem atingir dois metros de altura.
Cortar a ponta depois de nascer o segundo par de folhas, encoraja um crescimento mais arbustivo e a formação de mais flores.
Depois de florir, vão-se removendo as flores secas.

Recolha das sementes

As sementes podem ser guardadas para semear no ano seguinte, mas as plantas podem não ser réplicas exactas das originais. Colhem-se as vagens e deixam-se a secar. Abrem-se as vagens e guardam-se as sementes em local fresco e seco.

Sementeira

Pode-se semear em vasos de Outubro a Janeiro em estufa, ou de Fevereiro a Abril no exterior, a um centímetro de profundidade. Necessita de cerca de 20°C para germinar ao fim de sete a 21 dias. Para aumentar as probabilidades de germinação, podem-se deixar as sementes mergulhadas em água morna na noite anterior à sementeira.

J F M A M J J A S O N D
Semear Semear Semear Floração Floração Floração Recolher sementes Semear em estufa Semear em estufa Semear em estufa

Características

Hábito Caducifólia, trepadeira
Fragante Sim
Altura 1-2m
Exposição Sol
Água Regular
Solo Muito fértil, bem drenado
PH do solo De ácido a alcalino
Longevidade Anual

Doenças

Sem problemas em Portugal.

Links de interesse

Wikipedia (com alguma história da introdução desta planta em Inglaterra).
Plants for a Future (Nota mínima em comestível e medicinal).

Ervilhas-de-cheiro, Lathyrus odoratus
Ilustração de Pierre-Joseph Redouté (1759-1840).