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Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Diz a senhora Helen M. Fox na revista The National Horticulture Magazine1 de Abril de 1956, que não é sempre que uma terra consegue o seu nome a partir de uma planta, mas diz-se que as ilhas Stoechades2 se chamam assim devido à Lavandula stoechas. Gustave Hegi na Illustrierte Flora von Mittel Europa, afirma que era mais usada que a L. latifolia ou a L. officinalis.

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Após ser seca, era levada através dos Alpes e utilizada como medicamento até meados do século XVIII. Naqueles tempos chamavam-lhe “stickadore”. Na idade média era um dos ingredientes do “Vinagre dos Quatro Ladrões”, um antídoto histórico contra a peste.

É nativa nos países mediterrânicos e a senhora Helen M. Fox observou-a a crescer selvagem em Portugal. Um viajante inglês relata na revista Gardener’s Chronicle tê-la visto em Creta com as suas finas formas e imensas plumas violetas. Em condições ideais pode atingir 90 centímetros de altura. As folhas descrevem um arco para cima, são delgadas, macias e terminam num ponto. O cálice é verde e parece de pelúcia, assim como as brácteas. Há relatórios que referem o cálice como ocasionalmente branco, rosa ou rosa cobreado. As flores púrpura, ou rosa muito escuro, crescem muito próximas em cabeças de cerca de três centímetros. Do topo das cabeças floridas, crescem uma brácteas rosas e onduladas. Essas brácteas parecem um tufo de penas brilhantes. Floresce durante longo tempo, provavelmente todo o Verão3.

Links de interesse

Sobre o “Vinagre dos Quatro Ladrões (Raiz Cultura)
Vinagre dos Quatro Ladrões (Wikipedia)

  1. Revista da American Horticultural Society. []
  2. Hoje são as Îles d’Hyeres ou Îles d’Or, perto de Toulon. []
  3. Criadas em estufas, as que aparecem nos hortos estão floridas em Fevereiro, mas podem ser demasiado frágeis para plantar ao ar livre. []

Ainda o ácido na compostagem

Limão

Em tudo o que li sobre compostagem, em lado nenhum encontrei sustentação científica para aquilo que chamo um mito que é os restos dos citrinos acidificarem o composto. A única coisa que sei ter esse efeito são os restos de coníferas. No entanto, o senhor Monty Don num artigo recente para a Gardener’s World, diz que evita restos de citrinos por demorarem muito a degradarem-se e por serem ácidos o que “reduz a actividade das minhocas”. Não vou deixar de colocar as cascas dos citrinos na pilha, que nas épocas de laranjas são imensas e seria um desperdício deitar fora, mas faz algum sentido o que Monty Don diz. O ácido funciona como conservante e de facto talvez actue como repelente para as minhocas. No entanto, eu diria que os citrinos ao apodrecer não se mantêm ácidos durante muito tempo e a verdade é que se há bastante acidez nos limões, nas laranjas isso nem é inteiramente verdade, colocadas no compostor, desaparecem num ápice.

Actualizações

A Chronica Hortícola anterior, “A importância do jardim da frente” foi actualizada com uma magnífica ilustração de Pedro Burgos. Inaugura assim aquilo que eu espero vir a tornar-se um hábito: A utilização da ilustração em alguns dos textos. A ilustração editorial tem vindo a perder terreno neste país de grandes ilustradores, o que é uma pena porque é uma forma de comunicação muito especial, idiossincrática e rápida, presta-se a interpretações e a questões de gosto de uma forma que a fotografia não consegue.