Etiqueta: terriço de folhas

Cobertura Ajardinada
Tudo somado, acho que o composto disponível não chegará sequer à caixa que está à direita.

Tenho tanto composto e terriço de folhas que resolvi finalmente (e já tinha dito, nunca esta palavra foi tão bem utilizada) começar a encher o terraço de terra. E comecei. Na verdade não dará para muito, a este ritmo (de fabricar a minha própria terra), posso demorar oito ou 10 anos, mas tenho tempo para onde vou. Além disso, a verdade é que cada vez produzo mais composto, portanto o mais certo é ser bastante menos tempo.
Vou instalar uma rega automática provisória, mesmo sabendo que o provisório tem uma espantosa capacidade de se tornar definitivo. O maior problema são os gatos. Cobri a terra com uma manta geotêxtil anti-daninhas, já a romperam. Perdi a conta aos baldes que levei para cima — hoje foram 10, ontem 20, mas são seguramente mais de 50. É difícil calcular quantos terei mais e a partir daqui vai demorar um pouco, porque tenho de peneirar tanto o terriço de folhas, como o composto, já acabou o que tinha já pronto.
E entretanto, comecei uma nova pilha no segundo compostor onde também instalei uma rede no centro para o ar circular.
Choveu tanto e de repente os vasos têm de ser regados todos os dias — há uma semana que noto isso —, é bom não esquecer.

Escada de Madeira
Falta pouco para acabar de podar os limoeiros.

Ainda não acabei de podar os limoeiros, mas arranquei mais dois baldes de ervas. E varri folhas. Tenho colocado quantidades importantes de folhas no composto e não na gaiola das folhas para terriço, porque tenho lá cerca de 1m3 que ainda não retirei e quero ter o espaço livre antes do novo ciclo. O composto que tenho agora em enorme quantidade e o terriço de folhas de quatro anos, vou começar a colocar na cobertura ajardinada. Da forma que as árvores estão, diria que esta quantidade de terriço correspondente a quatro anos (incluindo folhas da vizinha), conseguirei em apenas um ano.

Terriço de Folhas

Terriço de folhas
Cobertura do solo em volta de uma Abóbora ‘Muscat de Provence’.
Terriço de Folhas
Gaiola para fazer o terriço de folhas.

O terriço de folhas é uma espécie de composto que como o nome indica, é obtido apenas com folhas. O que nos faz questionar, porque não simplesmente misturar tudo no composto? Porque no caso das caducifólias, as folhas aparecem todas de uma vez num curto período de tempo o que desequilibraria o composto, além disso o terriço de folhas tem propriedades únicas e utilizações diferentes.
É fraco em nutrientes mas retém muito bem a humidade, é óptimo para condicionar o solo, para o soltar e tornar leve, ou então para cobertura em quantidades generosas de 10 ou 15 centímetros.
Nem todas as folhas são iguais, segundo alguns especialistas — na jardinagem há opiniões para todos os gostos —, as melhores são as de Carvalho, Faia ou Choupo. Portanto, aqui não faço do melhor, faço do pior, que é óptimo. As folhas que utilizo são de Bétula, Camélias da vizinha (misturar folhas perenes não será a melhor opção por questões de tempo, mas funciona), Cornus, Ácer e tudo o resto. Algumas folhas substanciais beneficiam se forem trituradas, mas não é obrigatório, apenas demoram um pouco mais.
Também podem ser utilizadas agulhas de coníferas, de preferência numa pilha separada para produzir terriço ácido, o que é útil para vários cultivos, mas deve ter em conta que demoram dois ou três anos a ficar prontas.
A razão porque o terriço de folhas demora mais tempo a fazer do que o composto é porque a decomposição é realizada por fungos, enquanto que no composto é por bactérias que geram calor e aceleram bastante o processo.

Como fazer

As folhas devem ser molhadas se estiverem secas. E se secarem demasiado durante os períodos de calor, devem ser molhadas novamente.
A forma mais fácil é encher grandes sacos de lixo previamente furados e colocar de lado arrumados a um canto. Também podem ser re-utilizados aqueles sacos de batatas de plástico, que já têm arejamento suficiente.
Pode ser utilizado um compostor normal de plástico, mas não dá para muitas folhas, embora se possa ir enchendo conforme elas forem decaindo e diminuindo de volume — e diminuem imenso, são necessárias mesmo muitas folhas para uma pequena quantidade de terriço.
Pode ser construída uma gaiola de rede com buracos pequenos, do formato de um compostor ou redonda com um metro de diâmetro, ou quanto maior melhor. A função é recolher as folhas e não as deixar voar.
Diz que a urina é um bom acelerante.

Problemas

Se a pilha estiver a demorar demasiado tempo, tente revirá-la regularmente para arejar.
Se recolher folhas da rua, tenha em atenção que estão contaminadas pela poluição automóvel, o melhor é ser de largos, jardins ou ruas calmas.
Junto com as folhas vai sempre o indesejável bocado de plástico, que anda por todo o lado (nas ruas, ainda pior).

Utilização

O terriço de folhas bem compostado (dois anos ou mais) pode ser utilizado como substrato de germinação.
Misturado com terra do jardim pode ser utilizado em vasos, à partida não terá sementes viáveis.
Também pode ser utilizado como cobertura do solo, neste caso pode ser terriço com cerca de um ano.

Notas pessoais

Julho de 2022

É o primeiro ano que utilizo em quantidade, ou seja, tem três ou quatro anos. Está a ser para cobertura do solo, mas espero guardar algum para germinação e envasar, o meu composto não atinge uma temperatura elevada e tem sempre imensas sementes viáveis que germinam em todo o lado.

Links de interesse

How to make leaf mould: top tips for turning autumn leaves into a garden asset (Gardeningetc)
How to Make Leafmold – Gardener’s Gold (GrowVeg)
How to make leaf mould no The Guardian
Leafmould na Royal Horticultural Society

Terriço de folhas

Terriço de Folhas

Fui à gaiola do terriço de folhas ver em que estado estava e se havia algo utilizável imediatamente. E há, imenso. Está óptimo, mesmo fofo e leve.
A minha ideia é cobrir o solo junto de várias culturas — abóboras, curgetes, etc, antes que venha o calor. Deu para peneirar uns baldes e já espalhei no quintal com vários centímetros de altura. Amanhã continuo.
Cortei uns ramos da Ginkgo biloba da vizinha e mais uma série de coisas do meu lado e triturei tudo.
Transplantei bastantes Beringelas para pequenos vasos. É uma fase intermédia que queria evitar, mas vou tentar colocar no quintal mais desenvolvidas, senão as perdas são enormes, estamos com mínimas nocturnas de 11ºC, é muito baixo.
Numa nota bastante negativa, descobri morto o cágado que julguei ter fugido. Já tinha falado dos três cágados. Não sei o que aconteceu, terá chegado a sua hora, porque em estado selvagem não vivem mais de 50 anos e estes já têm mais de 60. Pelo menos sei que não morreu sei lá onde — às vezes pensava nisso. Mas é triste.

Vasos

Passei o tempo a arrumar a zona dos compostores que é onde guardo montes de coisas e rapidamente fica um caos. Também é lá que coloco os vasos com plantas já sem aspecto para estar à frente. Depois peneirei três baldes de composto e um de terriço de folhas — duas coisas que deram certo, está tudo óptimo.
Hoje ia plantar as malaguetas no quintal e algumas eventualmente em vasos grandes, porque são das minhas plantas preferidas. Tudo me parece bonito nas malaguetas. Entretanto, reparei que as ‘Purple cayenne’ que estão em vaso não se desenvolveram nada (devoradas à parte) relativamente às que ainda estão na cozinha em tabuleiros. Portanto, ainda bem que atrasei um pouco a plantação, estas noites frias não ajudam mesmo nada.